Checando
Trump segue implacável. A mídia simplesmente não sabe mais o que fazer com ele; é um pesadelo para as narrativas. Por onde andam os adjetivos? Os mais "tradicionais" já foram eliminados, não conseguem mais usá-los. Já desmascaramos alguns deles em outra ocasião[1], por exemplo, homofóbico e machista. Hoje checaremos mais duas narrativas que já estão a caminho do necrotério. Mas há uma recém-chegada! E claramente é uma evolução em relação a todas as outras coisas às quais Trump já foi irracionalmente chamado. É uma qualificação mais simpática: a bola da vez é "Rei". Visto que é algo muito novo, aguardaremos a juntada de mais evidências para analisar se há fundamentos nessa nova invenção.
O que é possível adiantar é que, se isso estiver relacionado com as diretrizes mais rígidas para que jornalistas não transitem mais tão livremente dentro do Pentágono, já é uma narrativa natimorta. Pois é a correção de um absurdo. O que a imprensa estava fazendo tão frouxamente dentro do centro de comando militar mais importante do mundo durante todos esses anos? Jornalistas circulavam sem acompanhamento em várias áreas do complexo militar, como se estivessem em um shopping center. Nem os humildes centros de comando brasileiros permitem uma flexibilidade desse tipo. Essa leniência explica muitos dos vazamentos de informações secretas sobre as operações americanas, no entanto, agora o salseiro vai acabar (salseiro mesmo, porque o militar não corre o risco de ser severamente punido por vazar informações confidenciais sem pedir algo em troca, e vai lá saber o que rola). Imagine a sanha dos jornalistas anti-Trump dentro do Pentágono tentando vazar alguma questão militar, a despeito das consequências para o próprio país (sabemos que eles não se importam nem um pouco com isso). Portanto, nada melhor do que uma diretriz para tentar impedir vazamentos e, se não gostaram, a porta de saída é a serventia da casa (exatamente como foi proposto). Que os jornalistas montem seus acampamentos na Secretaria da Agricultura, lá não tem problema nenhum.
Voltemos a atenção agora para a análise de narrativas que já não colam mais.
1) Trump é belicista;
2) Trump é ruim para a economia americana e mundial.
1) Belicista

Conflitos interrompidos por intervenções de Trump:
1 - Azerbaijão x Armênia: acordo de paz assinado em 8 de agosto de 2025 na Casa Branca;
2 - Camboja x Tailândia: cessar-fogo assinado em 28 de julho de 2025;
3 - Congo x Ruanda: cessar-fogo assinado em 27 de junho de 2025;
4 - Índia x Paquistão: cessar-fogo declarado em 10 de maio de 2025 (Paquistão indicou o nome de Trump para o comitê do Nobel da Paz);
5 - Ocupação de Gaza: cessar-fogo declarado em 9 de outubro de 2025.
Conflitos possivelmente evitados por intervenções de Trump:
1 - Egito x Etiópia;
2 - Sérvia x Kosovo.
É difícil dizer se esses feitos são significativos ou não sem uma análise comparatista, pois pode parecer que ele não está fazendo nada muito diferente do que outros presidentes americanos fizeram. Afinal, resolver conflitos no mundo pode ser uma função natural daqueles que ocupam a Casa Branca. Mas isso está longe de ser verdade. O fato é que, em 2026, até mesmo um dos comitês mais tendenciosos do mundo terá dificuldade de desviar de Trump. Trata-se, é claro, do comitê norueguês do Nobel da Paz, que não concedeu o prêmio a Gandhi, mas já laureou figuras como o Sr. Al Gore (2007) - um dos maiores hipócritas e charlatões da história recente americana (a história dele é tão bizarra que merece um texto próprio).
Mas o que importa para nós é que há ex-presidentes americanos que já foram laureados pelo comitê norueguês, isso possibilita a realização de uma breve análise comparatista com os feitos do Laranja. Vejamos, por exemplo, o caso do Sr. Barack Hussein Obama, que foi laureado em 2009, quando estava na posse do seu primeiro mandato há apenas 8 meses. O comitê justificou o laureamento do Sr. Hussein Obama nos seguintes termos:
"Esforços extraordinários para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos. Também foi enfatizado seu apoio – em palavras e ações – à visão de um mundo livre de armas nucleares.” [2]
Teríamos que avaliar o que ele fez nesses 8 meses de mandato presidencial ou, antes, na sua carreira de advogado e político profissional para fundamentar a "decisão" desse comitê. Mas isso seria demasiadamente vexatório, porque ele não fez absolutamente nada. Mas talvez esse seja um comitê com poderes prescientes sobrenaturais e poderia, portanto, ter previsto ações futuras. Vamos verificar então se o Sr. Hussein Obama contribuiu nos anos seguintes à sua premiação para uma "visão de mundo livre de armas nucleares". Vejamos:


https://oglobo.globo.com/mundo/obama-faz-investimentos-recordes-no-arsenal-atomico-14017876
É claro que muitos estranharão o jornal que noticiou isso, mas é importante pontuar que, em 2014, ano dessa publicação, o Grupo Globo ainda não estava totalmente a serviço dos interesses de certas organizações. Ainda não havia um consórcio de imprensa como há hoje, que seleciona quais notícias serão ignoradas ou publicadas, a depender de quem (ou o que) será afetado.
Além de ter aumentado o investimento no arsenal nuclear, Sr. Hussein Obama não terminou nenhuma guerra durante os seus dois mandatos. Nem as guerras envolvendo os EUA e muitos conflitos entre outros países. Se o mais próximo de reduzir alguma beligerância mundial foi terminar em 2011 a retirada das tropas americanas do Iraque, que já havia sido iniciada em setembro de 2007 pelo presidente George W. Bush, então o prêmio de Obama deveria ter sido cassado há muito tempo. A retirada do Iraque só não foi mais estapafúrdia que a retirada do Afeganistão em 2021 pelo Sr. Joe Biden (ex-vice de Obama). O espólio do Sr. Hussein Obama para o Iraque foi a Guerra Civil Iraquiana (2013-2017).
Mas não é só. Ele também liderou a intervenção militar na Líbia em 2011, que culminou na morte do ditador Muammar al-Gaddafi. O estado posterior à intervenção resultou igualmente ou mais caótico do que o anterior. No ano seguinte, em 11 de setembro (a data não foi mera coincidência), a embaixada americana na Líbia foi atacada por terroristas, que resultou na morte do embaixador americano John Christopher Stevens. É estranho como o Sr. Hussein Obama conseguiu se reeleger no mesmo ano após essa ignomínia (a mídia deve ter feito um ótimo trabalho de abafamento). Um bom filme que relata a situação angustiante vivida pelo embaixador nos seus últimos momentos foi lançado somente em 2016. Fica a recomendação: 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi. Antes de Benghazi, o último embaixador americano morto em serviço havia sido Adolph Dubs em 1979 no Afeganistão, curiosamente, durante o mandato de outro presidente americano que ganhou Nobel da Paz, Jimmy Carter (talvez esse seja um dos critérios do comitê norueguês).
Além disso, não podemos da gênese de uma guerra que já causou mais de 1 milhão de mortes. Isto é, não podemos esquecer a data de nascimento da Guerra Russo-Ucraniana: 27 de fevereiro de 2014. Foi quando a Rússia tomou a Criméia da Ucrânia e o então presidente americano, o Sr. Hussein Obama não fez nada. Teste russo feito. “Terreno livre”. Putin só precisou esperar entrar um idiota igualmente idiota (ou ainda mais) na Casa Branca para tentar terminar o serviço de tomar a Ucrânia inteira. E o que poderia ser melhor para Putin do que a eleição em 2020 do ex-vice do Sr. Hussein Obama? O Sr. Joe Biden foi um verdadeiro presente. E eu não estou chamando esses senhores de idiotas a esmo, essa é a mais simpática das explicações, porque se eles não forem realmente muito burros, eles serão algo pior, talvez sejam inimigos de Estado vendidos a potências estrangeiras.
De todo modo, o que importa é que vimos que o comitê norueguês não tem nenhuma vocação para antever as ações dos seus laureados e isso tudo nos faz questionar por que cargas d’água, Sr. Hussein Obama ganhou um Nobel da Paz. Simplesmente não há fundamentos anteriores à sua premiação e muito menos posteriores para justificar a manutenção do prêmio. Mas o comitê norueguês é tão patético que, às vezes, os seus “critérios de seleção” são revelados pelos seus próprios colegas da mídia canhota.

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38642556
“Presente de boas-vindas”. Foi assim que alguém que não fez nada pela paz ganhou um Nobel da Paz. Mas a bizarrice não se limita ao prêmio concedido a ele, pois, como eu disse anteriormente, Al Gore foi agraciado em 2007 – isso per se já deveria descredibilizar completamente o programa. O comitê norueguês não tem razão de existir enquanto não revogar os prêmios concedidos a esses dois personagens.
Ditados como “a prevenção é o melhor remédio”, “é melhor prevenir do que remediar”, “se quer paz, prepare-se para guerra” não são frases milenares à toa. Trump conseguiu cravar uma meta de 5% do PIB em gastos com defesa para os membros da OTAN; isso é o maior repelente contra guerras em larga escala que pode haver, por uma razão muito simples: não há nada que possa lutar contra um orçamento desse tamanho. O PIB atual da OTAN é algo próximo a 60 trilhões, que representa mais da metade do PIB mundial atual (cerca de 115 trilhões de dólares). Se somar os aliados extra-OTAN, que incluem Japão, Coréia do Sul e Austrália, PIB total vai a 70 trilhões (o que resultaria em um gasto com defesa de 3,5 trilhões de dólares ao ano). Poderiam incluir no texto-base um artigo que muda o foco da aliança para ameaças alienígenas, porque nada deste planeta seria uma ameaça. Só para se ter uma ideia, o PIB chinês é de 20 trilhões de dólares (o russo, só por curiosidade, é de 1,8 trilhão). Ou seja, os membros da OTAN e extra-OTAN teriam que estagnar suas economias, enquanto a China teria que mais do que triplicar sua economia (ou gastar 17,5% do PIB com defesa, que é algo inviável). É claro que não há nenhuma impossibilidade disso correr no longo prazo, mas certamente é uma impossibilidade para as próximas décadas.
2) Ruim para a economia americana e mundial
Tem-se falado desde o anúncio das tarifas que o Laranja está destruindo não só a economia americana, mas também a do mundo inteiro. Nesse sentido, ele seria quase um Mao Tsé-Tung turbinado com poderes não só de eliminar os pardais do seu próprio país[3], mas também do mundo todo. Já falamos em outra ocasião[4] que Trump abraçou a difícil missão de tentar reindustrializar os EUA, e uma operação dessa magnitude não tem como ser feita sem gerar alguns efeitos colaterais de curto prazo. Em outro texto[5], falei também do imediatismo dos ocidentais e de como isso representa uma desvantagem em relação aos orientais. Alguns dados recentes que indicam enfraquecimento do mercado de trabalho americano estão sendo usados justamente pelos imediatistas para atacar o plano econômico. É bom que aproveitem essa janela para criticar, porque ela não vai ficar aberta por muito tempo. O processo de reindustrialização é um choque econômico intencionalmente causado, o que proporciona manobrabilidade para os idealizadores, o que é algo muito diferente de choques econômicos naturais, quando o fator surpresa entra jogando pesado. É claro que não há garantia de sucesso algum para planos econômicos e não faltam exemplos de fracassos. A Escola Austríaca vai dizer que todas as chagas da humanidade são devidas aos primeiros experimentos de intervenções do Estado nas livres relações entre os agentes econômicos, e eles até podem estar certos nisso. Mas o manual dos austríacos diz muito pouco sobre o que fazer depois que a merda já foi feita. Não diz como lidar com questões geopolíticas, especialmente quando o livre-comércio faz com que 90% da produção de componentes essenciais acabe em um único país. Componentes sem os quais o resto do mundo não funciona e cujo governo do país produtor já demonstrou que pode interromper a qualquer momento o fornecimento mundial se assim entender que deve. O que vamos fazer? “Tudo bem, vamos continuar assim, é mais barato importar deles do que produzir aqui”. E vida que segue? A mão invisível de Smith nesse caso acabaria virando uma maneta visível. Se seguir nesse rumo, dá até para adaptar o título de uma das obras de Hayek aqui: O Caminho da Servidão.
Mas, voltando ao que realmente interessa, vemos que é pouco provável que o plano do Laranja dê errado, ainda mais quando olhamos para os acordos que ele vem fazendo. São centenas de bilhões de dólares encomendados. Só os três maiores vão levar ao setor produtivo americano, ao longo dos próximos 10 anos, o equivalente ao PIB atual da Espanha.
Os três maiores acordos realizados por Trump desde a posse:
(1) União Europeia: investimentos de $600 bilhões nos EUA[6].
(2) Japão: anunciado, junto com a nova primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi, uma “nova era de ouro” entre os EUA e Japão. Investimentos de $550 bilhões nos EUA com foco em energia, construção naval e terras raras.[7]
(3) Coréia do Sul: investimentos de $600 bilhões nos EUA com foco em energia, semicondutores e construção naval.[8]
Além disso, recentemente foi anunciado um acordo com a Austrália que prevê um investimento conjunto imediato de $ 3 bilhões em minerais críticos, com a criação de uma refinaria de gálio[9]. Há também os acordos comerciais que reforçam as relações dos EUA com o Reino Unido, Indonésia, Filipinas, Malásia, México e Vietnã. Olhando para tudo isso, será muito difícil sustentar a narrativa de que o Laranja é ruim para a economia americana. Mas e quanto ao “ruim para o resto do mundo”?
Gostem ou não do método, o fato é que ele retirou vários países de uma zona de conforto que estava mais para a areia movediça. Até mesmo os gaudérios europeus acordaram. Só aquela meta de 5% do orçamento com defesa significa que os europeus terão que voltar a trabalhar, ou podem tentar manter a vadiagem e estourar suas dívidas públicas. Mas o otimismo não é só na Europa, é generalizado. Os mercados acionários, que tentam sempre antecipar condições econômicas futuras, estão quase todos operando nas máximas históricas. Até mesmo a bolsa japonesa, representada principalmente pelo Nikkei 225, que ficou conhecida por mais de 30 anos como “bolsa que nunca voltou” por ter atingido uma máxima histórica em 1989, perdeu o apelido no ano passado – agora ela voltou e passou muito. E o que fica nítido é que o otimismo é muito maior nos países que fizeram acordos com os EUA. No texto de abril, antes de qualquer acordo ser feito, eu me posicionei da seguinte forma:
“Trump deveria fazer uma nova ampla aliança comercial e militar com países onde ainda há pessoas esforçadas, porque grande parte da Europa caiu na ignávia profunda. Japão, Coreia do Sul e Índia deveriam ser priorizados, visto que o PIB conjunto desses três países é de 10 trilhões de dólares e, além disso, seria um ótimo estorvo militar na vizinhança da China.”[10]
Pois bem, à exceção da Índia, os outros dois foram priorizados e fizeram grandes acordos, como foi demonstrado anteriormente (além dos europeus). Coincidentemente, os índices acionários da Coreia do Sul e do Japão ocupam, respectivamente, o primeiro e o terceiro lugar em performance dos países selecionados, enquanto o da Índia, cujo líder insiste em comprar petróleo russo, ocupa a última posição. Desde a eleição de Trump, o que temos no mercado acionário mundial é o seguinte[11]:
Coréia do Sul (KOSPI): + 58%
Espanha (ES 35): + 36%
Japão (Nikkei 225): + 33%
Reino Unido (FTSE 100): + 29%
África do Sul (SAALL): + 27%
Alemanha (DAX 40): + 25%
México (IPC): + 25%
Itália (FTSE 40): + 25%
Canadá (TSX): + 24%
EUA (S&P 500): + 21%
China (SHANGHAI): + 20%
Brasil (IBOVESPA) + 14%
França (FR40): + 11%
Austrália (ASX 200): + 9%
Índia (SENSEX): + 7%
Os especialistas que analisam as ações de Trump
Pode ser enfadonho mais uma rodada sobre especialistas, visto que já fiz isso profusamente ao falar dos especialistas financistas, mas não tem uma semana que não aparece um especialista falando merda. Vou tentar ser bem sucinto aqui, pois a questão é autoevidente.
Especialistas em geopolítica deixam as suas aversões pessoais ao perfil do “Trump-homem” comprometer a análise do perfil “Trump-presidente” (certamente eles preferem um perfil “Macron-homem”, que não só toma tapa de franceses comuns, mas também da sua esposa). Essa ojeriza generalizada ao “perfil-homem” de Trump faz com que os comentaristas especialistas não acertem uma previsão sequer sobre as ações de Trump na presidência. Há alguns dias, eu assisti a um episódio do Canal Livre na Rede Bandeirantes, que é um dos últimos programas televisivos que ainda prestam da TV aberta brasileira (apesar de ter que aturar as involuntárias manifestações de “nojinho” que o jornalista chefe, por vezes, manifesta sobre Trump e outros). O programa dominical ocorreu na esteira da apresentação da proposta de cessar-fogo de Trump para Gaza. Para discutir os termos da proposta e avaliar os possíveis desdobramentos, estavam na bancada, como convidados “especialistas”, um ex-embaixador e um professor de relações internacionais. “Hamas não irá soltar todos os reféns” foi uma constante durante todo o programa.

https://www.youtube.com/watch?v=OmxWUHBOnz4&list=PLbdi7VShIWemMB-bY8T3uDb6z8M0c1YVX&index=40

https://www.youtube.com/watch?v=a4UjJHpIT3E&list=PLbdi7VShIWemMB-bY8T3uDb6z8M0c1YVX&index=41
“O artigo de fulano falou isso”, “o artigo do beltrano falou aquilo”. O mesmo papo de sempre. E o resultado?

Cerca de 4 dias após os nossos especialistas insistirem que o Hamas não libertaria reféns, lá estavam os reféns sendo todos libertados. Os recorrentes erros dos especialistas cuja causa eu apontei anteriormente são patológicos. A leitura de cenário é contaminada pelo que o analista “quer” que aconteça, o que nesse caso não significa necessariamente que os comentaristas não queriam que os reféns fossem libertados. Não é isso. A torcida é estritamente para Trump fracassar. E o corolário dessa gana é um erro atrás do outro. Isso alimenta um sentimento de desconfiança generalizante das pessoas sobre opiniões de especialistas. Vai chegar a um ponto em que o sujeito vai querer ouvir o especialista só para saber o que não vai acontecer: “o especialista disse isso? Pois bem, então é provável que aconteça algo diferente disso”. Se ainda houvesse mea culpa, seria tolerável, mas não há. O que vemos frequentemente são tentativas de dizer que Trump “acertou errando”, por exemplo:

Dá para perceber o ódio do sujeito que escreveu isso. Ele é obrigado a admitir uma vitória, mas quer arrumar um jeito de diminuí-la. É uma verdadeira aberração. Outra distorção frequentemente causada por especialistas e jornalistas, é taxar Trump como um escudeiro incondicional de Israel. Isso não é verdade. Há vários fatos e alguns indícios que apontam que ele opera nas duas pontas (árabes e judeus). Quando Trump foi avisado que Netanyahu havia mandado caças após o anúncio do cessar-fogo entre Irã e Israel, o Laranja ordenou que o judeu retrocedesse. O curioso dessa história é que os caças já estavam entrando na zona aérea do Irã, Trump ainda ironizou:
“ISRAEL não vai atacar o Irã. Todos os aviões darão meia-volta e voltarão para casa, enquanto fazem um amigável “Aceno de Avião” para o Irã. Ninguém se machucará, o cessar-fogo está em vigor!”[12]
Um verdadeiro tapa na cara do líder de Israel, que não tem o costume de ser contrariado. Há também, é claro, o pedido de desculpas públicas de Netanyahu ao Catar. Quem teria o poder de forçá-lo a fazer isso? Certamente não seria o Macron nem qualquer outro palerma europeu. Fazer um judeu pedir desculpa só não é mais difícil que tirar o ouro dele. Imagine então fazer o judeu mais poderoso de Israel pedir desculpas para árabes. Parece até piada, mas aconteceu, e tem a digital do Laranja por trás. Trump quer negócios, não quer guerras. E ninguém melhor para fazer negócios do que os árabes. Não podemos esquecer dos históricos Acordos de Abraão, que foram assinados em 2020 na Casa Branca, normalizando as relações entre Israel, Bahrein e Emirados Árabes. O próprio cessar-fogo de Gaza provavelmente não teria ocorrido sem a pressão de outros países árabes sobre o Hamas.

Venezuela
Maduro já não é mais nada. Tudo indica que a história do narcotraficante internacional está próxima do fim. Resta saber se vai para Guantánamo, conhecer o outro mundo, ou se a coisa que uma vez foi chamada de FAB, mas que hoje está mais para uma companhia aérea particular, vai mandar um dos seus aviões buscar o bandido e trazê-lo a solo nacional. É possível. Se uma das colegas do Partido, a senhora Nadine Heredia, foi resgatada por muito menos, condenada a 15 anos de prisão pelo próprio judiciário do seu próprio país (Peru) por corrupção envolvendo a Odebrecht, por que não resgatar um amigo do partido que caminha para ter um fim muito mais sombrio? Não podemos esquecer que o Partido concedeu asilo ao terrorista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela justiça italiana. O terrorista viveu tranquilamente no Brasil por 14 anos e só foi incomodado quando Michel Temer assumiu a presidência e decidiu pela extradição. Acho que é muito obvio e, portanto, desnecessário dizer quais seriam as consequências para o Brasil caso o Partido não contenha sua essência simbiótica com narcotraficantes e terroristas e decida asilar Maduro.
[1] Problema resolvido. Disponível em https://cartas.sudes.com.br/pr/
[2] https://www.nobelprize.org/prizes/peace/2009/obama/facts/
[3] A “caça aos pardais” foi um dos “brilhantes” planos de Mao Tsé-Tung no âmbito do programa do Grande Salto Adiante. A ideia era que os pardais se alimentavam de grãos e, portanto, prejudicavam a produção agrícola chinesa. O resultado não poderia ser mais contraproducente: a chacina dos pardais deixou muitos tipos de insetos sem predador natural, entre eles os gafanhotos, que não tardaram a devastar as plantações. Essa foi uma das causas da Grande Fome Chinesa (1958-1961) que deixou um saldo de mortes estimado em 40 milhões de pessoas.
[4] Seguimos bem, vocês? Disponível em: https://cartas.sudes.com.br/seguimos-bem-e-voces/
[5] Prevenir ou remediar? Disponível em: https://cartas.sudes.com.br/prevenir-ou-remediar/
[6] https://www.infomoney.com.br/mundo/eua-e-ue-chegam-a-acordo-comercial-e-ue-tera-tarifa-de-15-em-todos-os-setores/
[7] https://www.wsj.com/world/asia/trump-hails-golden-era-in-japan-relations-63888687?mod=Searchresults&pos=2&page=1
[8] https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/coreia-do-sul-investira-us-600-bilhoes-nos-eua-e-comprara-mais-petroleo-americano-diz-trump/
[9] https://www.poder360.com.br/poder-internacional/eua-e-australia-assinam-acordo-sobre-minerais-e-terras-raras/
[10] Prevenir ou remediar? Disponível em: https://cartas.sudes.com.br/prevenir-ou-remediar/
[11] Com base nas cotações de fechamento de 5 de novembro de 2024 (um dia antes de Trump ser declarado eleito) até 29 de outubro de 2025.
[12] https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/amenizando-violacoes-iniciais-trump-diz-cessar-fogo-entre-israel-ira-esta-em-vigor/